Wednesday 17 November 2010

11 de Novembro. 2010



A maior manifestação a que assisti na minha vida; uns míseros 52.000 estudantes, num único protesto, contra o aumento das propinas; um aumento de 300%, por razões de cortes orçamentais por parte do governo. Aumento das propinas que, neste momento rondam as £3000 ao ano para quase £9000; por este andar, a educação passa a ser não um bem básico para ser um luxo!

Lutando contra esse absurdo, organizou-se um protesto, em Londres, juntando alunos de toda a Grã-Bretanha. Começando às 10.30am e acabando às 4.00pm, o grupo começou a marcha de Trafalgar Square e teminou-a em frente à Chelsea University of Arts (que acabou por não acontecer).

Inicialmente, esta foi bastante pacífica e calma, ainda que muitos gritos de protesto se ouvissem pelas ruas londrinas, como não seria de se esperar; muita diversidade de mensagens e criatividade na escolha de adereços, este prometia ser uma forte mensagem de como os estudantes estavam contra esta nova medida.


Até à hora do almoço, tudo corria com normalidade. As pessoas avançavam, protestando, conversando, rindo. Porém, algumas pessoas não querias apenas ficar pela manifestação, não. Queriam mais. Chegando a Millsbank, começaram a fazer uma fogueira; pneus, cones sinalizadores, cartazes; um fogo que alto subia, mostrando a fúria que corria o sangue de muitos dos que lá estavam.

Fervendo o sangue, os ânimos sobem. E fazem-se coisas desnecessárias. Vidros foram partidos; invadiu-se o edifício; a policia de intervenção teve de se impor. Violência, pessoas feridas (10, entre as quais 2 polícias) e muita agitação, foi o que acabou por marcar esta manifestação.

Pessoalmente, e fotográficamente, fico todo roído por não ter estado presente nos momentos mais intensos. Acho que ia ser interessante ter experienciado isso; conseguir estar na linha da frente para captar a morte desse tempo. Mas não aconteceu. Não me posso queixar; é esperar que, se mais protestos contra esta barbaridade acontecerem, possa estar presente; defender o que me diz respeito; captar para mostrar o que se vive.




























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